Dor neuropática é uma forma debilitante de dor crônica resultante de lesões nervosas, estados de doença ou insultos tóxicos. A dor neuropática é frequentemente refratária às farmacoterapias convencionais, necessitando de validação de novos analgésicos. Os canabinoides, drogas que compartilham o mesmo alvo que Δ9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC), o ingrediente psicoativo da cannabis, têm o potencial de atender a essa necessidade não atendida. Aqui, revisamos estudos que avaliam canabinoides para o tratamento da dor neuropática na literatura clínica e pré-clínica. Dor neuropática associada à lesão nervosa, diabetes, tratamento quimioterápico, vírus da imunodeficiência humana, esclerose múltipla e infecção por herpes zoster. Em animais, os canabinoides atenuam a nocicepção neuropática produzida por lesão nervosa traumática, doença e insultos tóxicos. São comparados efeitos dos agonistas canabinoides mistos CB1/CB2, agonistas seletivos CB2 e moduladores do sistema endocanabinoide (ou seja, inibidores de transporte ou degradação). São descritos efeitos da interrupção genética de receptores canabinoides ou enzimas que controlam a degradação endocanabinoide na nocicepção neuropática. Formas específicas de aodínia e hiperalgesia moduladas por canabinoides também são consideradas. Em humanos, os efeitos da maconha defumada, os análogos sintéticos Δ9-THC (por exemplo, Marinol, Cesamet) e as preparações de cannabis medicinal contendo Δ9-THC e canabidiol (por exemplo, Sativex, Cannador) em estados de dor neuropática são revistos. Estudos clínicos afirmam em grande parte que pacientes com dor neuropática derivam benefícios do tratamento canabinoide. São consideradas medidas subjetivas (ou seja, escalas de classificação) e objetivas (ou seja, evocadas por estímulos) de dor e qualidade de vida. Finalmente, limitações das farmacoterapias canabinoides são discutidas em conjunto com direções para futuras pesquisas.
Artigo: Cannabinoids as pharmacotherapies for neuropathic pain: From the bench to the bedside