Contexto: A cannabis desempenha um papel no manejo de sintomas no HIV, especialmente o alívio da dor e náusea e estimulação do apetite, e a prevalência do uso de cannabis em populações hiv-positivas excede a da população geral dos EUA. Pesquisas anteriores descreveram uma “sobreposição” entre o uso de cannabis medicinal e recreativa entre pessoas vivendo com HIV.
Método: Para entender melhor os motivos associados ao uso da cannabis entre jovens que fazem sexo com homens vivendo com HIV (HIV + YMSM), realizamos entrevistas semiestruturadas com 30 HIV + YMSM em Denver e Chicago. As entrevistas foram gravadas em áudio, transcritas e codificadas por uma equipe diversificada de analistas.
Resultados: Além dos achados que mapearam motivos médicos previamente identificados e motivos recreativos, identificamos vários temas que abrangem o uso médico e recreativo em um domínio que descrevemos como terapêutico. Os temas identificados neste domínio terapêutico do uso da cannabis incluem (a) maior introspecção entre indivíduos que promove ajuste psicológico a um diagnóstico de HIV, melhor gestão médica e orientação futura; b Processos de reflexão que mitigam conflitos interpessoais e melhoram a comunicação interpessoal; e (c) um fenômeno socioatrativo do uso da cannabis entre jovens com HIV vivo que se caracteriza tanto pela introspecção aprimorada quanto pela melhor comunicação interpessoal.
Conclusões: Nossos achados sugerem um espectro de uso de cannabis entre HIV + YMSM que pode ser caracterizado não apenas por uma sobreposição entre uso médico e recreativo, mas também por um domínio terapêutico distinto que incorpora alívio do estresse e processos de expansão cognitiva para melhorar o foco no manejo do HIV e autocuidado.